Bem-vindo ao meu blog, onde eu coloco todas as coisas interessantes que eu tropeço!

A história dessa última fratura (espero que seja a última mesmo) aconteceu anos após a anterior. Foi de longe a mais tosca e a mais drástica em efeitos, em relação as demais. Já eu tendo superado todos os traumas de quedas, foi algo totalmente inesperado. O fato aconteceu no início do meu doutorado e, pode-se dizer que foi literalmente durante o trabalho. 

Em meu doutorado pesquiso aspectos evolutivos envolvendo a determinação sexual de alguns tipos de peixes e de vez em quando é preciso sair a campo coletar exemplares. É algo corriqueiro para o pessoal do laboratório em que trabalho, já acostumados a coletar em rios, riachos, lagos, córregos e outros lugares. 

Certo dia, estava eu no laboratório escrevendo algumas coisas e meu orientador chegou para mim e perguntou se eu não queria dar uma olhada em um local que poderia haver os peixes que pesquiso; era só para ir ver a região, pegar uns exemplares, mas não fazer as coletas especificamente. Achei legal a ideia, pois precisava saber se tal região tinha os peixes e queria aproveitar a oportunidade, já que meu orientador estava sugerindo irmos. Um amigo meu de laboratório ouviu e perguntou se ele não poderia ir também. O professor concordou. 

Arrumamos as coisas, pegamos uns baldes e fomos. O local é uma região bastante turística, muito frequentada por suas cachoeiras e alguns córregos rasos, não oferecendo perigo de afogamentos. Em dias de semana o local fica bastante solitário, mas nos finais de semana e feriados lota. Fomos no meio da semana e como esperado, o local estava desértico, somente com o proprietário.

Chegamos, retiramos os apetrechos e fomos conversar com o proprietário, explicar o que íamos fazer, que era só para dar uma olhada. Ele foi bastante receptivo, até nos forneceu um pouco de ração para ajudar a atrair os peixes. A ideia do meu orientador era tentar capturar alguns com tarrafa ou armadilha mesmo e já ir embora, algo rápido.

Então começamos a andar pelo local. Na entrada, passa um pouco de água no meio do caminho, mas algo bem superficial, suficiente apenas para molhar o chão. 


Essa é uma real do lugar, bastante bonito. É possível já ver a parte rasa, da entrada, que fica logo atrás desse ponto da vista, onde a água passa sob o chão e continua por um trecho. 

Meu orientador resolveu ficar descalço para andar melhor, meu amigo fez a mesma coisa e resolvi tirar os tênis também. Coloquei os pés na água, ela não era suficiente nem para cobri-los, de tão rasa. Mal comecei a andar, o orientador de um lado, meu amigo de outro e piso com o pé esquerdo em cima de uma região lisa. No mesmo instante escorreguei e caí no chão. Ao tentar me levantar novamente, senti que não conseguia pisar com o pé esquerdo. Meu amigo e o professor ficaram incrédulos pelo jeito tosco da queda, tentaram me ajudar a levantar mas não adiantava, não conseguia pisar. Na hora o pé inchou bastante. Pelo jeito da queda, apesar de estar doendo muito, achei que havia torcido ou dado algum mal jeito. 

Para ir embora, eu estava teimando a não ir para o hospital e estava com um dilema, pois não conseguia dirigir. Outro amigo meu de laboratório falou que dirigiria por mim e por insistência dele e de minha namorada seguimos ao pronto atendimento.

Lá, após esperar e dar procedimento, depois da radiografia veio a notícia, havia fraturado a tíbia e a fíbula, os dois ossos da perna e por isso não conseguia pisar. Fiquei incrédulo pois havia sido uma queda tão simples. Os médicos do plantão falaram que provavelmente iria precisar operar. Torci para não ser preciso, mas depois o ortopedista confirmou, precisaria fazer cirurgia e ainda colocar pino e placa.

O resultado da história é que acabei tendo que colocar duas placas e treze pinos, ficar uns quatro meses sem poder mexer a perna e fazer 20 sessões de fisioterapia depois. No hospital, as enfermeiras e as pessoas perguntavam se eu não tinha caído de moto, tamanho o estrago. Mal sabiam elas que era apenas uma queda no chão por escorregão.



Esta é a radiografia 


Na última consulta, após as fisioterapias, perguntei  ao médico se meus ossos eram ok, contei o histórico das fraturas e ele falou que meus ossos são normais, e que apenas foi o modo de cair que foi errado (não sei cair, já ouvi isso antes) ou azar mesmo. Segundo ele, provavelmente ao cair, devo ter colocado todo o peso do corpo sobre a perna e meio que caí girando, e junto na queda acabou batendo a perna contra o chão duro.

Depois de seis meses, até ganhar confiança a pisar novamente, a perna ficou completamente normal, exceto pela cicatriz e as placas e pinos, que ficarão comigo o resto da vida.

Esta é a última história de fratura, espero não ter mais para contar histórias novas disso 😂😂

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