Bem-vindo ao meu blog, onde eu coloco todas as coisas interessantes que eu tropeço!

Essa fatídica história ocorreu, para variar, quando eu era criança. Deveria ter por volta dos 8-10 anos e nessa época meu espírito de biólogo protetor já estava bem desenvolvido.

Estava eu andando como de costume pelo quintal quando algo se mexendo no chão, não muito longe, chamou minha atenção. Era cinza e pequeno e todo desengonçado.

Imediatamente fui ao encontro do pequeno ser que se debatia e ao chegar mais próximo, descobri que era um filhote de passarinho, mais especificamente um filhotinho de pardal.


O bicho era parecido com esse... bonito que só

Quando vi que era um filhotinho perdido, olhei para as árvores por volta para ver se os pais estariam por perto, ou até mesmo se achava o ninho ao qual ele havia se perdido. Foi uma busca em vão, pois não havia sinal dos adultos e muito menos do ninho.

Resolvi tentar criar, pelo menos até o bichinho conseguisse voar e se virar por conta própria. Peguei uma caixa de sapato vazia, montei um "ninho" improvisado de palha e coloquei o serzinho lá. Uma vez alocado, deixei ele em paz para se acomodar.

Após algumas horas, ouvi uns piados e fui conferir o que estava acontecendo. Quando ele me viu, imediatamente abriu o bico freneticamente: estava com fome.

Fui procurar minhocas no quintal, achei umas e trouxe para ele. Com ajuda de uma pinça, ajudei-o a comer. Eu estava bem feliz que estava dando certo. 

Acontece que dado uns minutos após, ele voltou a fazer barulho e mesma situação; ao me ver, abriu o bico freneticamente em busca de alimento. Mais uma vez eu repeti o procedimento. Depois da segunda alimentação, pensei que estivesse resolvido por algum tempo, mas doce engano. Passado outros tantos minutos, lá estava ele de volta com o bico aberto, desesperado, quando me via. Resolvi variar as minhocas, ofertando pão umedecido. E o bicho sempre comendo.




O bichinho sempre abria o bico quando me via, e para mim era falta de comida

Como ele sempre comia, imaginei que era porque realmente ele tinha muita fome, mas achei muito estranho que ele não parava. E o processo se repetiu umas... 10 vezes!

Até que notei algo muito esquisito. Ele abria o bico e notei que os últimos alimentos ainda não haviam sido engolidos. Olhei com mais atenção e notei que na verdade, as comidas não estavam descendo mais!

Fiquei muito assustado, pois não imaginava que iria acontecer isso. Foi quando resolvi tirar ele do ninho e para minha surpresa outra coisa chamou a atenção. A barriga dele estava imensa, parecia que iria explodir. 

Coloquei com cuidado ele novamente no ninho e não alimentei mais. Passaram-se várias horas e a comida continuava ali, e a barriguinha ainda do mesmo tamanho. Passei a ignorar as aberturas de bico dele. 

Deixei até o dia seguinte e quando fui vê-lo, infelizmente estava morto. Peguei o bichinho e a barriga continuava do mesmo jeito. Acredito que o excesso de comida e a falta de experiência tenha matado o bichinho.

Chorei bastante em ter concluído isso. Após, enterrei ele e prometi que não tentaria mais cuidar de um filhotinho perdido.

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