Bem-vindo ao meu blog, onde eu coloco todas as coisas interessantes que eu tropeço!

Há pessoas que sofrem acidentes fenomenais e saem ilesas, enquanto que alguns acidentes por mais esdrúxulos que pareçam produzem consequências trágicas. As histórias das minhas 5 fraturas (sete se for contar os dentes) não se encaixam em nenhuma das situações acima, mas são tão únicas e algumas tão improváveis que refletem o quanto sou azarado. Vamos às elas:


Apostando corrida contra o vento

Eu era dessas crianças "elétricas" que gostava muito de correr e pular. Estava eu na pré escola, com uns 5 ou 6 anos quando isso ocorreu. Era um dia quente e minha aula era a tarde. Não gostava de ter aula durante a tarde, principalmente na infância. Eu sempre fui bastante comportado e como era muito agitado, me dava angústia de ter que ficar parado a tarde inteira na sala de aula, enquanto perdia o tempo de ficar correndo e pulando livremente. 
Esse dia em especial, além do calor abafado, estava com energia acumulada, e a vontade era de sair correndo assim que saísse da escola.

Depois que a aula acabou, voltei pra casa e o tempo começou a mudar, como que estivesse se preparando para chover. Não demorou muito e começou a esfriar, com um vento frio gostoso amenizando aquela sensação toda de abafamento. Aquilo foi um convite pra fazer o que estava com vontade de fazer a tarde toda: sair correndo como um doido, pra aproveitar ainda mais aquele vento. Foi aí que me veio a ideia: vou apostar uma corrida contra com o vento, vou correr mais rápido que ele e vou saber disso se eu não sentir ele batendo em mim. 

Trajeto definido e sem limite pra quanto tempo duraria a corrida, lá fui eu, correndo pelo quintal de casa como se não houvesse um amanhã, adorando aquela sensação de liberdade e de "fuga". O terreno de casa era bem grande e não sei quantas voltas em torno dele dei, mas foi suficiente para começar a escurecer. 




Com a luz já não tão forte e no auge da correria, sentia meu corpo quente, e a pouca luz dava a sensação que estava correndo ainda mais rápido: estava ganhando do vento. Foi aí que a natureza decidiu me passar a perna (com o perdão do trocadilho): como já estava começando a anoitecer  e já confiante do caminho, não vi a raiz de uma árvore que saía do chão, de modo que meu pé passou por baixo dela e tomei uma "rasteira" da raiz. No mesmo instante fui para o chão, com o corpo caindo em cima do braço direito.

Na hora já senti a dor e olhei para o braço, estava torto. Fiquei super assustado e voltei correndo chorando avisar meus pais. Assim que eles viram, já me falaram o óbvio: havia quebrado o braço.

Pegamos um táxi e fomos a uma clínica ortopédica. O médico em plantão estava jantando e a secretária avisou que ele iria demorar um pouco. A ansiedade e expectativa do médico chegar logo deixaram a dor ainda maior. Quando ele chegou, pediu para eu contar como havia conseguido fazer tal façanha e eu contei da corrida contra o vento.

Ele deu risada e perguntou se eu estava pensando se era um foguete, pra ter essa ideia de "vencer" o vento. Fiquei sem graça e respondi com um sim envergonhado. Após três meses de gesso, estava com o braço novo em folha. Aos poucos fui esquecendo do ocorrido, mas mal sabia eu das outras, que estariam por vir.

Continua na parte 2....










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